Matérias

 

Timidez

 

De acordo com Falcone e Figueira, a timidez corresponde aos medos sociais. Embora, segundo pesquisas relacionadas pelos autores, a timidez não apresente uma relação clara com a fobia social.

 

Pesquisas em desenvolvimento infantil correlacionam inibição social precoce com respostas de proteção e controles exagerados dos pais. Estes, por sua vez, reforçam o retraimento da criança, e consequentemente, dificultam a exposição a situações sociais, formando um ciclo vicioso.

 

No tocante a família, devemos buscar na dinâmica familiar interações que gerem ou perpetuem a sensação de envergonhamento.Muitas vezes, sem se dar conta, os pais ou responsáveis pela criança interagem de forma a desqualificar a criança, gerando raiva e sensação de humilhação. Tais interações precisam ser modificadas. Sabemos que é nesta interação que a auto imagem e autoestima da criança se formam. A participação da família, é fundamental para o alcance de bons resultados.

 

A vivência de eventos traumáticos e estressantes, entre eles, muitas mudanças de escola, cidade, mudanças abruptas ou rompimentos na vida familiar e experiências de vergonha, também é associada a timidez e a fobia social.

 

Segundo Asbahr e outros (2008), a fobia social em adultos é mais frequente em mulheres e tem inicio na dolescência, embora muitos adultos relatem desde a infância.Em crianças, é tão comum no sexo feminino, quanto no masculino. Indivíduos com fobia social, independente da faixa etária, tem maior risco de apresentar outros diagnósticos psiquiátricos, como transtorno de ansiedade generalizada, depressão, fobia específica, e dependência de substâncias psicoativas, como álcool e tranquilizantes. Alem disso, muitos indivíduos demonstram características do transtorno evitativo de personalidade, um padrão duradouro de esquiva no contato interpessoal, que é considerado por alguns autores como a forma mais grave de fobia social,com maior tempo de doença e de número e variedade de situações sociais temidas.

 

A inibição comportamental, inclui a introversão, timidez,esquiva, medo das pessoas e objetos estranhos, em bebês e crianças pequenas, além de fobia social na adolescência e na vida adulta. A inibição comportamental é um traço de temperamento definido, como a tendência do indivíduo a se afastar frente a novidades. Quando presente,aumenta em quatro a cinco vezes o risco de a criança ou adolescente desenvolver fobia social, mas a presença de traços de temperamento como timidez, e inibição comportamental , não são suficientes para o desenvolvimento de fobia social pois,nem todos que apresentam tais características desenvolvem o transtorno, o que reafirma a importância da associação dos fatores ambientais e biológicos em sua etiologia.

 

Na vergonha, a pessoa sente que há algo de errado com ela, cria crenças negativas sobre si mesma, que ela não pertence ao grupo, havendo a necessidade interna contínua de ser consertado.

 

Isso gera um sofrimento intenso e silencioso. No caso de crianças, a tendência é ela alienar as partes dela mesma que lhe causam vergonha e fragmentar a personalidade como forma de lidar com sentimentos negativos, tal defesa pode levar a sintomas agressivos e autoagressivos como a própria

depressão. A possibilidade de que tais sentimentos gerem dificuldades de relacionamento com outras crianças e com o próprio conteúdo é grande.

 

O tratamento é feito com a farmacoterapia e terapia psicológica.

 

Ref.: Revista Psique - março 2013

 

Veja Outras Matérias

 

Clique aqui